Trabalhadores Rurais necessitam de mais incentivos para saúde bucal
Avaliação é de especialistas e membros de cooperativas
Por Felipe Godoy
Um estudo sobre saúde bucal realizado na Grande Florianópolis detectou que 95% dos moradores de áreas rurais pesquisados foram identificados com cáries. Outro apontamento trazido do interior de Minas Gerais, em regiões distantes dos centros urbanos, mostrou que mais da metade dos entrevistados (54%) nunca visitou um dentista ou, apenas em uma oportunidade. Tal realidade que também é estendida no campo de Santa Catarina.
Em Jacinto Machado, mais de 200 cooperados da Cooperativa Agrícola de Jacinto Machado (Cooperja) sentem esta realidade. Segundo o coordenador de Recursos Humanos, Thiago Vitali, a preocupação é constante entre os associados. “Sabemos que muitos trabalhadores rurais desconhecem a prática de escovação ou visita ao dentista. Buscamos enfatizar em conversas e visitas de como é importante os cuidados com a higiene bucal”, afirma.
Para a dentista e sócia da Oral Unic de Araranguá, Juliane de Fáveri, outros fatores incentivam o aumento de cáries entre trabalhadores do campo, cuja data é celebrada em 25 de maio. “O acúmulo de placas bacterianas se deve não só da falta de visita ao dentista. Mesmo com o maior conhecimento entre os trabalhadores rurais, o acesso mais facilitado de alimentos açucarados e alguns descuidos como a falta de uso do fio dental tendem ao surgimento da cárie”, revela a especialista.
Incentivos públicos não são suficientes
Apesar da ampliação de políticas públicas de promoção a saúde bucal, a conscientização é a melhor forma. “Nossa clínica em Araranguá há dois anos atende muitas pessoas oriundas do campo na região. Percebemos como a modernização e o dia a dia corrido acabam por tornar a limpeza bucal diária uma exceção.”, afirma Juliane. “É necessário ainda mais da educação dos nossos grandes Mestres, dos profissionais da Odontologia que possam atender também a este público e o consequente apoio dos entes públicos para tudo isso”, enfatiza.
