Dia do Jornalista: por que esses profissionais são tão bons produtores de conteúdo?
Apesar de haver muita discussão acerca do tema (sobre ser considerado ou não como jornalismo), sabe-se que o brand journalism incorpora a mentalidade jornalística. Ele é capaz de informar a um público sobre tendências relevantes e desenvolvimentos em um mercado específico, mesmo se não afetarem diretamente uma empresa de alguma maneira.
Hoje, 14 anos após o conceito ter nascido com a história do Mc Donalds, muitos outros players do mercado apostaram no brand journalism e obtiveram um grande sucesso, como Coca-Cola, Cisco e Red Bull. As empresas seguem atrás de escritores talentosos para produzir conteúdo para seus produtos e/ou serviços e contar histórias atrativas, poderosas e que engajem.
Com o fortalecimento do Marketing de Conteúdo a partir de 2010 como uma forma eficiente de atrair e se relacionar com os consumidores, hoje 69% das empresas brasileiras já aderiram a essa estratégia. Consequentemente, a demanda por produção de conteúdo especializado não para de aumentar.
Agora que já entendemos a razão da frase “Content is King” (em português, “O Conteúdo é Rei”) ser tão conhecida e percebemos que o conteúdo vai fazer cada vez mais diferença na escolha de produtos e serviços, fica a pergunta: quem é o profissional ideal para produzi-lo?
Muitos especialistas da área de comunicação e até mesmo empresários de grandes marcas arriscam dizer que são os jornalistas.
Mas, afinal, por que jornalistas são tão bons produtores de conteúdo?
Seguem aqui algumas razões que explicam por que os profissionais desse segmento se destacam quando o assunto é criar conteúdo:
1. Criatividade
Antes de começar a produzir um conteúdo, qualquer profissional precisará de um bom embasamento teórico – informações que sustentem e validem um material como “rico”. É preciso aprofundar, se atentar a detalhes, para realizar uma entrega completa e que faça sentido para a realidade do público que se pretende atingir
Normalmente, para que esse processo aconteça, são realizadas entrevistas com referências ou pessoas indicadas pelo próprio cliente. É fundamental chegar bem preparado para abordar o assunto, mesmo que muitas vezes o tema não faça parte da rotina do produtor de conteúdo. E dessa realidade, os jornalistas entendem bem.
Afinal, tal profissão requer competências como saber pesquisar, buscar informações, entrevistar, ler nas entrelinhas e depois traduzir tudo isso em palavras. Somado a esses pontos, jornalistas também têm a vantagem de conseguir extrair o máximo de suas fontes.
Às vezes, dentro das empresas, existem profissionais que são mais técnicos e especialistas em suas funções. O problema é que eles nem sequer cogitam que tal conhecimento pode ser utilizado para fortalecer a imagem da marca ou até atrair novos clientes. Se o jornalista chegar até estas pessoas, com certeza captarão informações valiosas e ideias que surgirão de um simples “bate-papo”.
3. Sabem contar histórias como ninguém
Se um jornalista não souber contar uma história, desconfie. Essa é uma das principais características de um bom profissional da área. Eles sabem como envolver o público, usando enredos e personagens que se conectam com fatos ou sejam impactados por eles.
Um grande diferencial dos jornalistas é o poder de conexão, de conseguir amarrar informações entre parágrafos de maneira fluente e atrativa. Eles sabem como humanizar uma história e prender a atenção dos leitores. São amantes e adeptos do storytelling.
Todos esses fatores devem ser levados em conta quando se trata de criar conteúdos corporativo. Afinal, se um jornalista que sabe contar boas histórias é inserido num ambiente com técnicas e práticas de marketing digital, certamente ele conseguirá produzir conteúdos relevantes para uma empresa, ajudando na criação de autoridade de marca. Sempre com ética e credibilidade, da mesma forma que costumam lidar com o mundo das notícias.
No fim das contas, tudo se trata de entregar conteúdo de qualidade para o público. Pesquisas mostram que há muitos jornalistas de formação – e pessoas de outras áreas da comunicação – que hoje trabalham na vanguarda de marketing de conteúdo.
4. Empatia
Não dá para falar de conteúdo para marcas, sem falar de empatia. Afinal, quem for produzir conteúdo, deverá se colocar naturalmente no lugar do leitor. Precisará traduzir mensagens em diferentes formatos, histórias, abordagens. Terá que identificar iscas e gatilhos que podem envolver o consumidor em cada momento de uma jornada de compra.
O jornalista carrega todas essas características na bagagem. Já está acostumado a trabalhar com diferentes públicos, ouvir versões de todos os lados, ter um olhar de utilidade – que busca levar informações ou serviços relevantes junto à mensagem da marca.
Além de se imaginar no lugar do público que irá ler o conteúdo, o jornalista também costuma se colocar nas funções da sua própria equipe. Ele imagina como o designer vai criar a arte do texto que foi produzido, como o programador vai conseguir realizar algo mais técnico caso seja necessário, como os profissionais de mídia paga irão criar os anúncios – já pensando nos copies e elementos visuais.
Saber se colocar no lugar do outro e compreender diferentes perfis e visões é outra vantagem que os jornalistas dispõem em razão da sua profissão.
5. Flexibilidade
Quem está acostumado com rotina em redação jornal sabe exatamente o que significa a expressão “sair da zona de conforto”. Pode cobrir notícia geral, política, esportiva, econômica. Entrevistar morador de rua, policial, assassino, reitor. Fazer plantão para cobrir alguma ocorrência na Páscoa, Natal ou Reveillon.
Ser flexível e saber lidar com a imprevisibilidade são características essenciais de um jornalista, pois eles precisam enfrentar acontecimentos de última hora e “apagar incêndios”.
Da mesma forma, tais fatores são imprescindíveis para os produtores de conteúdo – já que eles precisam pesquisar sobre temas que não têm familiaridade de um dia para o outro e escrever páginas e mais páginas de Word, com propriedade e confiança.
Sem contar na flexibilidade que precisam ter para lidar com ajustes e pedidos de mudança no texto exigidos pelo cliente ou agência (quando terceiriza produção de conteúdo), normalmente com deadline para ontem (rs).
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6. Poder de equilíbrio
Quando falamos de conteúdo corporativo, não se trata de ficar vangloriando uma marca, falando dos diferenciais e benefícios de seus produtos e/ou serviços. Focar apenas nesse tipo de abordagem significa não atrair, não engajar e nem fidelizar clientes ou Leads.
Um conteudista precisa fornecer informações que o público quer e também aquelas que ele precisa saber. É um exercício de equilíbrio constante: colocar na balança o que desperta interesse e aquilo que dá efeito. Nada fora do normal para jornalistas, já que foram treinados para diferenciar o que é interesse público do que é interesse do público.
Marketing de conteúdo significa trabalhar com contrapontos, ser criativo, saber prender a atenção – tudo isso aliado a um conteúdo de qualidade, que gere valor à audiência.
É preciso analisar com cautela a jornada do consumidor, equilibrar a produção de materiais de início, meio e topo de funil. Montar uma trilha estratégica para nutrir e educar os Leads até o momento de decisão de compra.
Para alcançar resultados efetivos comInbound Marketing, é preciso saber atrair pessoas através de conteúdos que elas buscam e também aqueles que elas devem saber. Essa é a grande sacada, que, curiosamente, os jornalistas já estão acostumados a trabalhar.
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