quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Três dicas para jornalistas que cobrem estudos médicos

Por Lindsay Kalter

Explicar ao público uma notícia de saúde de forma precisa e clara não é uma tarefa fácil.

Jornalistas que cobrem a área médica enfrentam vários desafios, incluindo jargão acadêmico, ciência complicada e limite de palavras. Num novo guia da Associação Americana de Jornalistas de Saúde (AHCJ, em inglês), o autor Gary Schwitzer dá conselhos para reportagens sobre estudos médicos. Aqui estão três de suas dicas:

Conheça a hierarquia das evidências

Os jornalistas devem estar cientes da "pirâmide de hierarquia de evidências", que classifica os tipos de estudo com base no potencial de certeza, Schwitzer disse. No topo da pirâmide estão as revisões sistemáticas --que examinam questões de pesquisa, utilizando um conjunto de estudos anteriores-- e meta-análises, que estabelecem o peso das evidências, reunindo dados de vários estudos. Logo abaixo estão experimentos clínicos randomizados, que atribuem aleatoriamente os participantes do estudo a um grupo controle, minimizando fatores que podem distorcer os resultados. Os estudos na base da pirâmide incluem pesquisas com animais e tubo de ensaio, devido à sua falta de sujeitos humanos.

Cuidado com a língua

Embora os repórteres sejam muitas vezes limitados pelo número de palavras, a concisão pode muitas vezes matar a precisão, Schwitzer escreveu. No interesse de preservar espaço e eliminar o jargão, os jornalistas às vezes inadequadamente usam uma linguagem que implica uma ligação de causalidade, disse ele. Por exemplo, um estudo que descobriu uma "redução de 40 por cento do incidente de maculopatia em idade precoce associada com o consumo de peixe pelo menos uma vez por semana" foi relatado por um meio de comunicação como "comer peixe pode ajudar a preservar a visão em pessoas mais velhas". As palavras "'preservar' e 'ajudar' são ativas e causais; 'podem ajudar' soa como uma advertência projetada para transmitir incerteza, mas a causalidade ainda está implicada", explicou o relatório.

Esteja ciente do viés da publicação

Jornalistas que cobrem saúde e medicina muitas vezes dependem de artigos de revistas de resenha para obter informação. Embora artigos revisados ​​por colegas possa ser um recurso importante, Schwitzer disse que os repórteres devem se lembrar que, por causa das políticas editoriais e interesses da indústria, as revistas são mais inclinadas a publicar resultados positivos do que negativos para coisas como ensaios clínicos. "A reportagem seletiva de resultados de testes clínicos pode ter consequências adversas para pesquisadores, participantes do estudo, profissionais de saúde e pacientes", de acordo com um estudo discutido por Schwitzer. Por isso, os jornalistas devem diversificar suas fontes de informação e não se esquecer de informar os problemas, limitações e histórias por trás de um artigo de um jornal de resenha.

Para ler o relatório completo (em inglês), clique aqui (em PDF).

Fonte: http://ijnet.org/pt-br

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FLASHNEWS Assessoria de Comunicação

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